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Comparação: quando que ela deixa de ser saudável?

  • Foto do escritor: Luiza de Paula
    Luiza de Paula
  • 16 de abr.
  • 2 min de leitura

Seria muito simples e básico chegar aqui falando "não se compare, você não é igual a todo mundo". Isso é verdade e todo mundo ta cansado de saber, mas não é pensar exatamente isso que faz com que deixemos de nos comparar. E talvez não haja nada que rompa com isso.

Comparar-se com os outros é uma parte da condição do que nos torna humanos, afinal, outros animais não fazem isso, pelo menos não desta forma. Desde pequenos, olhamos ao redor para entender quem somos, para tomarmos referências e isso, em si, não é um problema. A comparação é uma ferramenta natural que usamos para aprender e nos adaptar ao mundo. Quando notamos “ele faz isso e eu faço aquilo”, estamos apenas reconhecendo as diferenças e tirando ideias para nosso próprio crescimento. Não existe como deixar de nos comparar.

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Contudo, como observa a daseinsanalista Alice Holzhey-Kunz, o sofrimento pode emergir quando esse olhar para o outro se torna uma forma de julgamento de valor. Quando saímos do simples “ele faz isso” para o “ele faz melhor, logo eu sou pior”, a comparação deixa de ser informativa e se torna uma fonte de dor. Esse é o momento em que a comparação deixa de nos ajudar e passa a nos pesar, refletindo uma insatisfação com nossa própria existência. Nos sentimos ameaçados e pequenos diante das qualidades dos outros.


Esse tipo de sofrimento envolve não só o que fazemos, mas também o modo como enxergamos a nós mesmos. Passamos a pensar “ele é melhor, eu sou pior”, como se todos partíssemos do mesmo ponto e tivéssemos as mesmas circunstâncias. Esse tipo de comparação, além de dolorosa, é injusta, pois ignora as particularidades da caminhada de cada um, que é única. Nossa história pessoal, experiências e modo de ser são variáveis que influenciam profundamente quem somos e como evoluímos. Comparar-nos aos outros de forma valorativa é como medir nossa trajetória com a régua de outra pessoa.

Para evitar que a comparação se torne uma armadilha, precisamos redirecionar o olhar para nossa relação consigo. Podemos observar as qualidades dos outros sem transformar essas diferenças em medidas de valor pessoal. Podemos cultivar uma forma de aceitação que nos permita ver a comparação como uma referência, e não uma sentença de mérito. Afinal, o que realmente importa não é se estamos “à altura” de alguém, mas sim como estamos em relação a nós mesmos.

 
 

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Luiza de Paula                                                                       CRP02/25963

Psicóloga Clinica                                                          luizadepaulapsi@gmail.com

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